Textos de Vanessa Carvalho

"A sua consciência tem um peso maior do que a opinião de qualquer pessoa."




Suicídio 

É uma atitude dos fortes ou dos fracos decidir por fim a própria vida e encerrar uma etapa que ainda está longe de ser findada?

É culpado ou merece o descanso eterno?

Pode ser que seja um ato de covardia.

Quem sabe a mente de um suicida percebe que viver é complexo e cruel demais para seguir em frente.

Pode ser que tenha desistido, por não achar a vida interessante.

Motivos é o que não falta para no mínimo justificar tal decisão.

Todos já passaram ou passam por problemas similares aqui na terra.

Os dilemas humanos são os mesmos, talvez mais para alguns, talvez menos para outros e tem pessoas que parecem passar por todos.

È impactante quando se sabe de alguém que suicidou.

È notório o ar de perplexidade que paira no ar.

As perguntas se mesclam, o passado vem á tona,as respostas muitas vezes não chega.

Os parentes mais próximos se culpam por não ter evitado a ação, por não ter lido nas entrelinhas e ter  observado melhor o comportamento.

O que todos devem saber, é que não existem culpados.

É só lembrar que cada um faz as suas escolhas, ninguém é responsável por elas, a não ser o próprio autor.

O desfecho da vida é seu, de mais ninguém.

Algumas pessoas para chamarem atenção de alguém tomam remédios, se ferem com arma branca, tenta se enforcar, acreditando que vai ter o retorno esperado.

Espera que assim, a pessoa envolvida vai lhe dar o carinho suplicado.

Só que na tentativa de gritar por socorro, pode realmente morrer, pode errar na dose e aquilo que era para ser um grito, vai acabar em um funeral.  

Quem quer se matar, faz tudo muito bem feito.

Analisa as possibilidades, programa e finaliza com um tiro certeiro.

Ele vai e faz.

Pode ser que também queira atingir o outro, mas ele sabe o que quer, concretiza.  

A mente humana é bem pouco compreendida.

O que se sabe é superficial demais para fazer sentido.

È sabido que alguns indivíduos se programam para morrer mesmo que não tenha acontecido algo relevante.

Desde jovem eles especificam uma data e quando chega põe em ação o plano.

Alguns, diante de uma situação crítica, se desespera.

Mas o que se sabe também, é que a mente suicida passa por um processo de pensar, querer, planejar e realizar.  

Interessante seria que os indivíduos com pensamentos repetitivos e negativos passassem por uma programação neurolinguística.

Que eles pudessem reprogramar os seus pensamentos, sair da idéia obstinada de se destruir, e á partir daí, pular para um outro patamar.

Que pudessem reconhecer que é nas adversidades superadas  que se tornam gente de verdade.

Que enfrentar as tempestades é bem mais sábio que fugir delas.

Que o tempo é a resposta.

Que o tempo cura as feridas, que tudo passa.

 E então, o suicído é dos fortes ou dos fracos?

É regido pela coragem, desespero ou loucura?

Talvez um pouco de cada.

O que não dá para negar é a radicalidade da atitude.

A flexibilidade auxilia a enxergar saídas, cria possibilidades em cima das turbulências e faz das contradições da vida, uma oportunidade de se evoluir.

Talvez o suicida seja uma pessoa rígida  que não sabe lidar com as frustações.

Que diante delas perde o roteiro da vida e só se permita ter um único caminho, mesmo sabendo que a vida é feita de encruzilhadas.

Que diante de seus olhos, só consiga ver aquilo que está preparado para ver.

Pode ser que seja conservador demais para alterar e criar roteiros distintos.

Com isso a história termina, antes mesmo de ter começado.

A oportunidade de atuar te foi dada, a opção do roteiro também e os personagens da sua história, com exceção de seus parentes, também.

Agora, o desenrolar da trama é decisão sua.

Pode ser uma comédia, uma aventura.

Quem sabe um drama, um romance para deixar qualquer poeta atônito.

O ator principal é você, agora se prefere sair de cena e deixar que os coadjuvantes terminem de narrar a sua história, é uma tarefa penosa, mas é a tragédia que você permitiu.